Aquisição de imóveis para moradia ganha força no terceiro trimestre

Percepção de preços mais razoáveis, juros mais baixos e renda em recuperação favorecem acesso à residência própria

 

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Os resultados do Raio-X FipeZap do 3º trimestre de 2018 oferecem novos dados e informações sobre o perfil e objetivos dos agentes do mercado imobiliário brasileiro, incluindo informações sobre compradores, compradores em potencial e proprietários. Além disso, a pesquisa procura mapear a participação dos investidores entre compradores, a incidência e percentual de descontos sobre o valor anunciado dos imóveis, bem como a percepção e expectativa dos respondentes com respeito ao nível e trajetória dos preços dos imóveis no curto e longo prazos. As seguir, são apresentados os principais destaques da pesquisa do último trimestre:

⦿ Participação dos investidores: considerando respondentes que declararam ter adquirido imóvel nos últimos 12 meses, a participação dos investidores recuou expressivamente na última pesquisa, passando de 43% para 34% dos respondentes desse grupo, enquanto os compradores que pretendiam utilizar o imóvel como moradia subiu de 57% para 66%. Entre os objetivos do investimento, prevaleceu mais uma vez o interesse na obtenção de renda com o aluguel do imóvel (64%) em comparação à revenda (36%). Os resultados, novamente, são compatíveis com o ambiente atual de juros baixos e preços estáveis (em termos nominais), aliada à recuperação da renda das famílias, que oferecem uma janela de oportunidade para aquisição de moradia própria para o público interessado (affordability).

⦿ Descontos nas transações: o percentual de transações com descontos manteve trajetória ascendente nos últimos 12 meses, passando de 63% do total de transações realizadas em julho de 2017, para 70%, em agosto de 2018 – patamar que corresponde ao teto da série histórica vigente ao longo de 2016 e início de 2017. Em setembro de 2018, entretanto, nota-se uma ligeira reversão desse patamar no, encerrando o período em 69%. Entre as transações que apresentaram desconto, o percentual médio aplicado permaneceu praticamente estável no terceiro trimestre de 2018, encerrando setembro em torno de 13%.

⦿ Percepção sobre os preços atuais: na última pesquisa, os respondentes se distribuíram entre os que achavam que os preços atuais estão altos ou muito altos (59%), em nível razoável (27%) e baixos ou muito baixos (11%), enquanto aqueles que não souberam opinar somaram 3% dos respondentes. Comparando-se a última pesquisa com o 3º trimestre de 2015, fica evidente uma queda gradual no público que classificava os preços dos imóveis como altos ou muito altos (de 73% para 59%), ao mesmo tempo em que cresceu a participação de respondentes que acreditam que os preços estão em nível razoável (de 15% para 25%); e baixos ou muito baixos (de 5% para 10%).

⦿ Expectativa de preço: A proporção de respondentes da última pesquisa que projetava elevação nos preços nos próximos 12 meses foi de 28%, enquanto 35% apostavam na estabilidade e 15% em queda nos preços no curto prazo (cerca de 22% dos respondentes não souberam opinar a respeito da trajetória futura dos preços). A expectativa média de variação dos preços dos imóveis para os próximos 12 meses passou de ligeira queda nominal de 0,2%, no segundo trimestre de 2018, para alta nominal de 1,1% na última pesquisa – indicando que o público aguarda uma movimentação dos preços em terreno positivo (embora ainda inferior à inflação esperada)