Com mercado aquecido, cresce expectativa de alta para os preços dos imóveis
Houve também aumento na percepção de que os preços estão “altos ou muitos altos†e queda no percentual de descontos
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A pesquisa Raio-X FipeZAP do 2º trimestre de 2021 oferece dados inéditos a respeito da percepção e do comportamento dos agentes do mercado imobiliário, incluindo informações sobre compras realizadas e intenção de compra; participação de investidores entre os compradores; incidência e percentual de descontos negociados sobre o valor anunciado; percepção e expectativas com respeito ao nÃvel e trajetória dos preços dos imóveis no curto e longo prazos, entre outros tópicos de interesse.
A seguir, são apresentados os destaques desta edição da pesquisa, elaborada a partir da participação de 1.910 respondentes entre os dias 12 de julho e 9 de agosto de 2021:
- Participação de compradores: a participação de compradores – isto é, respondentes que declararam ter adquirido imóvel nos últimos 12 meses – cresceu entre o 1º trimestre e o 2º trimestre de 2021, passando de 10% para 14% da composição amostral. Em relação ao estado ou tipo do imóvel adquirido, a preferência por imóveis usados permaneceu relativamente estável na amostra (69%), assim como os objetivos declarados pelos compradores – prevalecendo, nesse caso, a finalidade “moradia†(61%) em contraste ao objetivo “investimento†(39%). Considerando aqueles que citaram o objetivo “moradiaâ€, a opção “morar com alguém†foi mencionada por 71% dos compradores, ao passo que, entre os investidores, a maior parte dos respondentes declarou a intenção de alugar o imóvel a terceiros para obtenção de renda (69%).
- Intenção de compra: a proporção de respondentes que declarou intenção de adquirir imóveis nos próximos 3 meses apresentou novo recuo, encerrando o 2º trimestre de 2021 em torno de 44% da amostra. Entre aqueles que declararam intenção de adquirir imóveis no futuro próximo, cerca de metade dos respondentes (49%) mostrou indiferença entre imóveis novos ou usados, superando aqueles que preferiram estritamente imóveis usados (39%) ou novos (12%). Já em termos de objetivo, a maior parte dos compradores potenciais destacou a intenção de utilizar o imóvel pretendido para “moradia†(88%), superando em boa medida o objetivo “investimento†(12%).
- Descontos nas transações: o percentual de transações que envolveram desconto sobre o valor anunciado se manteve relativamente estável ao longo dos últimos meses, encerrando junho de 2021 com uma incidência média de 63% sobre as transações realizadas nos últimos 12 meses – o menor patamar registrado pela pesquisa Raio-X FipeZAP desde julho de 2017. Considerando apenas as transações que envolveram alguma redução no valor anunciado, o percentual médio de desconto negociado entre compradores e vendedores renovou a mÃnima histórica da pesquisa (9%).
- Percepção sobre os preços atuais: com respeito à percepção dos respondentes em relação aos preços atuais, apurou-se que a parcela dos respondentes que classificava os valores como “altos ou muito altos†passou de 60%, no 2º trimestre de 2020, para 68%, no 2º trimestre de 2021. Em paralelo, o percentual de respondentes que classificavam os preços atuais dos imóveis como “razoáveis†oscilou de 29% para 23% no mesmo intervalo temporal. Como resultado, a percepção de que os preços estavam em nÃveis “baixos ou muito baixos†passou a ser compartilhada por uma parcela ainda menor dos respondentes na amostra do último trimestre (5%).
- Expectativa de preço: em relação à expectativa de preços para os próximos 12 meses, houve uma mudança importante na distribuição amostral, evidenciada pelo aumento do percentual de respondentes que projetam alta nominal no valor dos imóveis – de 23%, no 2º trimestre de 2020, para 43% da amostra, no 2º trimestre de 2021. No mesmo horizonte temporal, a participação de respondentes que partilhavam uma expectativa de queda para os preços dos imóveis recuou de 25% para apenas 9%, movimento compartilhado, ainda que de forma menos intensa, entre aqueles que apostavam na manutenção dos preços (de 32% para 30%). Considerando os 3 grupos avaliados separadamente pela pesquisa, a maior alta nos preços era esperada pelos compradores que adquiriram imóveis recentemente (+8,1%), seguida pela expectativa de proprietários (+3,4%) e compradores potenciais (+1,3%). Em termos agregados, a expectativa média da amostra para o preço dos imóveis nos próximos 12 meses, considerando as projeções de todos os respondentes da pesquisa no 2º trimestre, sugere uma alta nominal de 3,1% – a projeção mais elevada da série histórica