Com queda na taxa de juros e no rendimento de aplicações financeiras, cresce interesse nos imóveis como investimento

Após recuar nos últimos anos, proporção de investidores entre compradores voltou a crescer na pesquisa, chegando a 44% no último trimestre

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A pesquisa Raio-X FipeZap do 4º trimestre de 2019 oferece novos dados sobre o perfil e os objetivos dos agentes do mercado imobiliário brasileiro, incluindo informações inéditas sobre compradores, compradores em potencial e proprietários de imóveis; participação de investidores entre compradores; incidência e percentual de descontos sobre o valor anunciado dos imóveis; bem como a percepção e expectativa dos respondentes com respeito ao nível e trajetória dos preços dos imóveis no curto e longo prazos. Na sequência, são apresentados os principais destaques da última rodada (referente ao último trimestre de 2019), que contou com a contribuição de 5.304 respondentes:

⦿ Participação de compradores e investidores: a participação de compradores (respondentes que declararam ter adquirido imóvel nos últimos 12 meses) permaneceu praticamente estável, passando de 9% no terceiro trimestre para 8% no quarto trimestre de 2019. No tocante ao estado ou tipo do imóvel adquirido, a preferência por imóveis usados respondeu pela maioria das compras realizadas por respondentes da última rodada (60%), contrastando com o interesse em imóveis novos/adquiridos na planta (40%). Em termos de objetivos, o interesse na aquisição de imóveis como forma de investimento (seja para valorização e posterior revenda ou para obtenção de renda com aluguel) apresentou expressivo crescimento no período, passando de 36%, no terceiro trimestre, para 44% dos compradores no último trimestre. A atratividade dos imóveis como opção de investimento pode ser explicada, em parte, pela queda da taxa básica de juros e, consequentemente, da rentabilidade de aplicações financeiras mais tradicionais.

⦿ Descontos nas transações: o percentual de transações com desconto sobre o valor anunciado do imóvel manteve a trajetória de crescimento nos últimos meses, encerrando dezembro de 2019 com uma incidência de 72% sobre as transações realizadas nos últimos 12 meses – o maior patamar da série histórica. Considerando apenas as transações que envolveram alguma redução no valor pedido, o percentual médio negociado entre as partes também cresceu, atingindo 14% sobre o preço anunciado (em média);

⦿ Percepção sobre os preços atuais: após recuar nos trimestres anteriores, a percepção de que os preços estão altos ou muito altos voltou a crescer no último trimestre de 2019. Em detalhe, os respondentes se distribuíram entre os que achavam que os preços atuais estão altos ou muito altos (64%), em nível razoável (26%) e baixos ou muito baixos (6%), enquanto aqueles que não souberam opinar somaram 5% dos respondentes. Comparando-se a última pesquisa com o observado há 4 anos (no 4º trimestre de 2015), todavia, é possível evidenciar uma expressiva diminuição da percepção de que os preços dos imóveis estão altos ou muito altos (de 76% para 64%), em paralelo ao aumento da participação de respondentes que acreditam que os preços estão em nível razoável (de 16% para 26%); e baixos ou muito baixos (de 5% para 6%).

⦿ Expectativa de preço: com relação ao comportamento futuro dos preços dos imóveis, os respondentes da última pesquisa se dividiram entre aqueles que projetavam elevação nominal nos preços nos próximos 12 meses (28%), estabilidade (34%) e queda nominal nos preços no curto prazo (13%). Além disso, cerca de 25% dos respondentes não souberam opinar a respeito da trajetória futura dos preços, o maior percentual da série histórica. Em termos de variação esperada para os próximos 12 meses, a expectativa média entre todos os respondentes apresentou ligeira queda entre o final de 2018 (expectativa de alta nominal de 1,5%) e o último trimestre de 2019 (expectativa de alta nominal de 0,9%), o que reforça projeções mais conservadoras sobre o comportamento dos preços no mercado imobiliário em 2020