Intenção de compra recua no 3º tri e atinge o menor patamar em 12 meses

Em paralelo, percepção de que preços estão altos ou muito altos subiu para 74% da amostra: o maior patamar desde 2015

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A pesquisa Raio-X FipeZap do 3º trimestre de 2021 oferece dados inéditos a respeito da percepção e do comportamento dos agentes do mercado imobiliário, incluindo informações sobre compras realizadas e intenção de compra; participação de investidores entre os compradores; incidência e percentual de descontos negociados sobre o valor anunciado; percepção e expectativas com respeito ao nível e trajetória dos preços dos imóveis no curto e longo prazos, entre outros tópicos de interesse.

A seguir, são apresentados os destaques desta edição, elaborada a partir da participação de 1.805 respondentes entre os dias 28 de outubro e 16 de novembro de 2021:

  • Participação de compradores: a participação de compradores – isto é, respondentes que declararam ter adquirido imóvel nos últimos 12 meses – manteve-se estável entre o 2º trimestre e o 3º trimestre de 2021, representando 14% da composição amostral. Em relação ao estado ou tipo do imóvel adquirido, a preferência por imóveis usados apresentou ligeiro avanço na amostra (71%). Entre os objetivos, a proporção que citou a finalidade “moradia” passou de 61% para 65% da amostra, em contraste ao recuo no objetivo “investimento” (de 39% para 35%). Considerando aqueles que citaram o objetivo “moradia”, a opção “morar com alguém” foi mencionada por 73% dos compradores, ao passo que, entre aqueles classificados como investidores, prevaleceu a intenção de destinar o imóvel para locação e obtenção de renda (68%).
  • Intenção de compra: a proporção de respondentes que declarou intenção de adquirir imóveis nos próximos meses manteve trajetória declinante após marca recorde no 3º trimestre de 2020, passando de 48% para 43% no 3º trimestre de 2021. Entre aqueles que declararam intenção de adquirir imóveis no futuro próximo, a maior parte dos respondentes se dividiu entre a preferência por imóveis usados (47%) e a indiferença entre novos e usados (45%). Já em termos de objetivo, a maior parte dos compradores potenciais destacou a intenção de utilizar o imóvel pretendido para “moradia” (88%), superando em boa medida o objetivo “investimento” (12%).
  • Descontos nas transações: após trilhar uma trajetória declinante entre meados de 2020 e 2021, o percentual de transações que envolveram desconto sobre o valor anunciado voltou a crescer nos últimos meses, encerrando setembro de 2021 com uma incidência média de 65% sobre as transações realizadas nos últimos 12 meses – patamar ligeiramente superior à média histórica da pesquisa Raio-X FipeZap (64%). Considerando apenas as transações que envolveram alguma redução no valor anunciado, por sua vez, o percentual médio de desconto negociado entre compradores e vendedores se manteve no piso histórico da pesquisa (9%).
  • Percepção sobre os preços atuais: com respeito à percepção em relação aos preços atuais, apurou-se que a parcela de respondentes que classificavam os valores como “altos ou muito altos” cresceu expressivamente ao longo dos últimos períodos, passando de 59%, no 3º trimestre de 2020, para 74%, no 3º trimestre de 2021. Trata-se do maior patamar apurado para essa percepção desde o 4º. trimestre de 2015 (quando atingiu 76%). Em paralelo, o percentual de respondentes que creditam os preços atuais dos imóveis como “razoáveis” recuou de 29% para 19% no mesmo intervalo. Como resultado desse novo quadro, a percepção de que os preços estavam em níveis “baixos ou muito baixos” passou a ser compartilhada por uma parcela reduzida e declinante dos respondentes da amostra da pesquisa (4%).
  • Expectativa de preço: em relação à expectativa de preços para os próximos 12 meses, a última leitura revela um crescimento expressivo do percentual de respondentes que projetam alta nominal no valor dos imóveis – de 32%, no 3º trimestre de 2020, para 42% da amostra, no 3º trimestre de 2021. No mesmo horizonte temporal, a participação de respondentes que partilham de uma expectativa de manutenção dos preços atuais recuou de 31% para 26%, comportamento espelhado pelo grupo de respondentes que apostam na queda para os preços dos imóveis (de 15% para 12% da amostra). Considerando os 3 grupos avaliados separadamente pela pesquisa, a maior alta nos preços foi apurada entre compradores que adquiriram imóveis recentemente (+7,0%), seguida pela expectativa entre proprietários (+3,3%) e compradores potenciais (+1,1%). Em termos agregados, a expectativa média da amostra para o preço dos imóveis nos próximos 12 meses, considerando as expectativas de todos os respondentes, apresentou uma acomodação no último trimestre em relação ao registrado no trimestre anterior (+3,1%), projetando uma alta nominal de 2,7%.